O Hezbollah está dentro do Exército Iraniano – Tribuna Judaica Ed Agosto

Na edição de agosto da Tribuna Judaica falo sobre a complexa e profunda relação entre o grupo terrorista Hezbollah e o Exército Iraniano. Leia o texto na íntegra:

O Hezbollah está dentro do Exército Iraniano

Recentemente abordei em meus estudos a conturbada relação entre Israel e Irã e como ela, historicamente, foi forjada de modo a chegarmos no ponto em que estamos. Israel e Irã não tinham entre si disputa territorial, econômica ou geopolítica. As áreas de influência de cada um sempre foram diferentes. Tanto é que mesmo depois da Revolução Iraniana de 1979, houve uma significativa cooperação entre israelenses e iranianos.

Até a década de 1990, o establishment de segurança de Israel não considerou o Irã como seu desafio de segurança predominante. Dois fatores, contudo, determinaram a mudança na percepção de periculosidade do Irã para os israelenses: o fim do inimigo comum – Saddam Hussein, no Iraque – e a ameaça nuclear iraniana.

Desde então, o Irã flerta com um conflito internacional mirando, principalmente, EUA e Israel com um discurso cínico de fins pacíficos para seu programa nuclear altamente perigoso para a região. Hoje estamos diante de uma escalada de tensão entre Irã, EUA e Israel: poucos dias depois que os dois primeiros quase declararam guerra, uma reunião única aconteceu em Jerusalém entre conselheiros de segurança nacional americanos, russos e israelenses.

O desenrolar dos fatos, deixou parecer que a reunião fora fruto da derrubada de um drone norte-americano pelo exército iraniano e supostamente estivesse lidando com a situação na Síria. Contudo, declarações do conselheiro de segurança dos EUA, John Bolton, e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deixaram claro que a ameaça iraniana a Israel era o principal item da agenda do encontro.

Duas declarações deram o tom e nos colocam o claro cenário de risco que – não só Israel – mas toda a comunidade internacional está sob as atividades terroristas de Teerã.
O líder israelense acusou o Irã de financiar movimentos terroristas palestinos e de fornecer apoio ao Hezbollah que, segundo Netanyahu, recebe armas sofisticadas e mísseis da República Islâmica. Mas, Bibi foi demasiadamente conciso nas atividades que relacionam Irã e o grupo terrorista Hezbollah: há uma intrínseca cooperação militar, inclusive de subordinação do exército iraniano a comandantes terroristas. Isso passa pela formação de redes transnacionais de narcotráfico com o objetivo de atacar alvos inimigos e financiar o grupo terrorista, inclusive aqui, na América do Sul.

O Irã, contudo, não conta apenas com o Hezbollah para atingir seus objetivos, existem hoje foguetes ultramodernos e outros sofisticados sistemas de armas à sua disposição, fabricados independentemente em vários países, incluindo a Síria e o Líbano.

Precisamos estar vigilantes: a Força Aérea de Israel realizou centenas de missões para evitar essas atividades e, no início de maio, bombardeou dois dos mirantes usados para fins de espionagem iraniana. Outras táticas contra o Irã são ataques cibernéticos que desativam sua rede militar e o aumento da cooperação entre os serviços de segurança americanos, israelenses e europeus. Este último levou, por exemplo, o Mossad a evitar, em parceria com o serviço secreto britânico, um ataque do Hezbollah em Londres.

Floriano Pesaro
Sociólogo

25 anos depois ainda há perigo na América do Sul – Revista Hebraica

Na edição de agosto da Revista Hebraica falo sobre os 25 anos do atentado da AMIA e o perigo que espreita nossa comunidade na nossa tríplice fronteira. Leia o texto na íntegra:

“25 anos depois ainda há perigo na América do Sul
Floriano Pesaro, sociólogo

Há 25 anos, ficamos pasmados e horrorizados com o atentado antissemita, racista, intolerante e permeado de ódio contra a Associação Mutual Israelita Argentina, a AMIA, entidade fundamental da nossa comunidade em Buenos Aires. Eis que o antissemitismo da raiz antijudaica católica espanhola e o racismo europeu moderno dos séculos 19 e 20 encontraram chão aqui, na nossa América do Sul, que, até então, parecia tão distante tanto dos conflitos que nos são familiares nos EUA, na Europa e no Oriente Médio, quanto do ódio aos judeus. 86 vidas foram ceifadas e mais de 300 pessoas feridas em meio ao pânico terrorista e a uma plateia incrédula do que via.

Não temos, contudo, mais motivos para nos permitirmos incrédulos e, ou, surpresos após 25 anos de um ato antissemita de terror em solo latino-americano. Ainda que quiséssemos focar nossos esforços apenas na busca pela Justiça – que pelo tempo que nos separa de 18 de julho de 1994, ainda não foi concebida aos familiares das vítimas, aos argentinos e a nossa comunidade – o antissemitismo e o ódio tomam novas formas, se articulam, novamente, próximos a nós e nos forçam a recobrar a atenção e a vigilância, além, é claro, da memória.

As agências de inteligência do Brasil, Argentina e Paraguai alertam, em conjunto com o Pentágono norte-americano, sobre a intensa atividade do Hezbollah aqui, bem na nossa tríplice fronteira. Não se trata de fato novo, mas que continua operando sob nossos olhares e o silencio das autoridades, tanto é que, de acordo com relatório do governo americano deste ano, a região sul-americana já representa o principal centro de financiamento do grupo terrorista – por vezes braço armado do Governo de Teerã – fora do Oriente Médio.

É fundamental, é claro, nesta data fazermos o necessário e perene questionamento sobre a investigação do atentado à AMIA, sua condução interessada, malevolente e incompetente – que apenas em Fevereiro deste ano teve seu julgamento, ainda com resultados incompletos recheados de injustiça e preconceito – mas não esqueçamos que a história judaica nos ensina a importância fundamental da memória não só como marco de homenagem e respeito, mas também de aprendizado.

Passados 25 anos de AMIA, nós, judeus latino-americanos, não estamos pisando em terra firme: segundo relatório do Centro de Estudos Sociais (CES) da Delegação de Associações Israelitas da Argentina (DAIA), braço político da comunidade judaica argentina, os atos antissemitas no país portenho cresceram 57,1% entre 2005 e 2006. Daí, seguiram-se governos populistas por toda a América Latina que reforçaram o discurso antissemita e encontrou no “chavismo” venezuelano grande eco para a região. Além disso, as redes sociais propiciam acesso a todos os lugares-comuns do antissemitismo, muitas vezes reproduzidos e sancionados por professores descompromissados com a verdade e o questionamento, que fazem das nossas universidades berços de uma geração antissemita.

Estejamos, portanto, atentos e alertas para que a Justiça no caso do atentado à AMIA finalmente encontre robustez e alivie aqueles que perderam seus entes queridos e toda nossa comunidade, pois ali estava um pouco de cada um de nós, ali nós todos fomos brutalmente atacados. Mas, também, precisamos exigir que nunca mais se repita e, uma das formas para termos êxito, é demandarmos das nossas autoridades respostas quanto a essa articulação do ódio que vem ocorrendo na tríplice fronteira: um dos maiores grupos terroristas do mundo alimentando-se e planejando nossa destruição em nosso próprio território.

Após 25 anos, AMIA não está tão longe.”

Você contra o trabalho infantil

Em mais um Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil nos colocamos frente a uma situação que parece desafiar os governos e suas políticas públicas: de acordo com dados do Ministério Público do Trabalho, por ano, em média, são recebidas mais de 4 mil denúncias de trabalho infantil no Brasil. Estima-se que 2,5 milhões de crianças estejam trabalhando no Brasil.

Tenho um histórico de luta contra essa prática. Enquanto Secretário Municipal de Assistência Social da capital paulista, implementei o Programa São Paulo Protege que tirou 3 mil crianças das ruas (trabalho infantil com malabares, limpando o vidro do carro e vendendo balas) entre 2005 e 2008. Já no Estado de São Paulo, enquanto Secretário Estadual do Desenvolvimento Social, reativamos o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, ligado ao Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, aprovamos centenas de projetos sociais para crianças e adolescentes e reforçamos as ações do Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) que afastaram a possibilidade das crianças paulistas abandonarem a escola e trabalharem por qualquer motivo.
Apesar da comprovação real de que avançamos, temos claro o fato de que o número de crianças em situações de trabalho ainda é muito alto. Sua erradicação completa é um processo lento e requer esforços tanto do governo, como das Organizações Internacionais e da sociedade civil.

De acordo com pesquisa divulgada na revista Plos One pelos pesquisadores Jeff Luckstead e Lawton L. Nalley, a cadeia da produção de chocolate – de uma maneira geral – encareceria cerca de 2,8% se fossem eliminadas as formas mais cruéis de trabalho infantil nela empregadas. Ora, a sociedade civil tem, portanto, o papel fundamental de questionar – não só os governos – as empresas que produzem os produtos que consumimos e exigir uma cadeia produtiva livre de trabalho infantil e escravo.

É inadmissível que, em pleno século 21, o trabalho infantil continue a ceifar vidas, roubar sonhos e ameaçar o futuro de milhares de crianças no Brasil e no mundo. Não podemos permitir que crianças ainda sejam exploradas e expostas a situações de trabalho precoce.

Precisamos romper com o ciclo de miséria e pobreza. O trabalho infantil rouba o que a criança tem de mais precioso: o direito de ser e de viver como criança! E, ao contrário do que possa sugerir a velha premissa, trabalho não enobrece a criança. Lugar de criança é na escola!

Floriano Pesaro
Sociólogo

Alguém está realmente falando sobre Educação?

Nessas últimas semanas o Brasil assistiu, quase que numa competição travada ao vivo, uma espécie de disputa de público pela ocupação do espaço conhecido como “rua” em meio a dois protestos: um que se clama “pela Educação” contra o contingenciamento de verbas do Ministério da Educação anunciado pelo Governo Federal; e outro que junta um punhado de pautas reformistas e em andamento no legislativo apoiadas pelo Governo.

A despeito das inúmeras diferenças que permeiam as duas manifestações, seus intentos e públicos, houve algo – surpresa – em comum em ambas: cartazes que pediam ao professor respeito e valorização da sua remuneração, como ilustra a imagem neste artigo.

Ora, este não é, por assim dizer, uma demanda nova. Há décadas em diversos protestos de rua, seja de caráter liberal, conservador, de esquerda ou de direita, clama-se pela valorização e respeito ao professor. Vamos, então, aos fatos – auxiliados pela luz dos 20 anos que o FIES completa em 2019, programa que tive a honra e felicidade de elaborar e implementar sob a batuta do então Ministro da Educação, Paulo Renato.

Há que se concordar, considerando a persistência desse tipo de demanda nas ruas “vermelha” e “verde e amarela”, que não avançamos – no sentimento da população – na qualificação, ou mesmo na valorização, do principal agente da Educação, que é o professor em sala de aula.

Em verdade, houve, sim, avanços significativos nos últimos 20 anos. Ali, no Governo FHC, tínhamos um cenário desafiador e uma meta clara em vista: universalizar o ensino básico. Antes objeto de uma elite brasileira. Por meio do Bolsa Escola e de outros programas sociais que incentivavam a inclusão e a permanência na escola, fomos bem sucedidos e planejávamos, com a pactuação federativa da Lei de Diretrizes Básicas da Educação, seguir o caminho da universalização e do combate à evasão escolar muito presente no Ensino Médio. Em suma, estávamos ali discutindo políticas públicas e isso, naturalmente, perpassava em responder a este cartaz de 2019 – como numa máquina do tempo – considerando a valorização do profissional primeiro da Educação.

Contudo, quando um desses polos que hoje permanece ocupando as ruas ocupou o Governo, houve um desvio: optou-se por abandonar a trajetória pautada em políticas públicas para focar na oferta indiscriminada de vagas no Ensino Superior, mesmo que representassem uma queda abrupta em sua qualidade. Assim o fez, grandes organizações de Educação surgiram e o acesso ao Ensino Superior foi universalizado tortamente. Com qualidade, segue para os ricos, com efetividade suspeita, direcionado aos pobres com lucro para os grandes grupos.

O momento que estamos hoje no Brasil, há de concordar quem estuda nossa história, seria magnifico para recolocar o País nos trilhos do que é fundamental para uma sociedade em termos de Educação no século XXI. Há que se ter Ensino Superior, sem dúvidas, contudo há hoje uma demanda enorme por trabalhos de formação técnica que tirariam milhões de jovens da desocupação. Claro, sem esquecer-se que, ainda, não universalizamos o Ensino Médio. Uma verdadeira catástrofe na época que vivemos.

Contudo, talvez por inexperiência ou mesmo inabilidade, topou-se divulgar um contingenciamento – natural a todos os governos, em muitos casos, passageiro – como um corte, esperando palmas. Ninguém, pelas mais diferentes posições político ideológicas que possa ter, gosta de menos dinheiro em Educação e Saúde. Houve vaias, gritos e protestos. Não se sabe a extensão deles, mas, o que se sabe, é que a pobre Educação brasileira ainda aguarda inquieta e quase desesperançosa por um olhar de gestão, técnico e de futuro. Uma gestão que enfrente os desafios reais – como fizemos há 20 anos atrás na criação do FIES – e não foque numa caça a fantasmas ideológicos ou divulgue – como se festejando – contingenciamentos no passaporte para o futuro de uma Nação.

Floriano Pesaro
Sociólogo
Formulador e gestor do FIES (Governo FHC)

Folha publica artigo de Floriano e Natalia Pasternak: “Eram os nazistas socialistas?”

Na edição de hoje (12/04/2019) do Jornal Folha de São Paulo, foi publicado na coluna Opinião, artigo de coautoria do sociólogo e membro do World Jewish Congress, Floriano Pesaro, e da presidente do Instituto Questão de Ciência, Doutora em Microbiologia pela USP, Natalia Pasternak, sobre a discussão da “ideologização” do nazismo e, consequentemente, do Partido Nazista. Leia o artigo abaixo:

“O fato de o Partido Nazista, que chegou ao poder na Alemanha em 1933, ter o termo “socialista” em seu nome anda gerando muita confusão entre cidadãos –e governantes– desinformados.

É verdade que o termo “nazista” nasceu da fusão dos termos “nacional” e “socialista”. Mas usar este dado para afirmar que o nazismo era, na verdade, “de esquerda” é tão absurdo quanto afirmar que a República Democrática da Coreia de Norte é uma democracia.

Um pouco de história. O Partido Nazista teve como predecessor um grupo político chamado Partido dos Trabalhadores da Alemanha, fundado por Anton Drexler e pelos irmãos Otto e Gregor Strasser.

Os fundadores realmente tinham viés socialista. Seu programa previa a nacionalização das grandes corporações, a abolição da especulação de terras, a criminalização da usura.

Hitler nunca aprovou o esquerdismo dos fundadores. Sua aversão ao marxismo e ao socialismo, que ele manifesta, seguidas vezes, como parte de sua ideologia antissemita, fica clara em vários trechos de sua autobiografia-manifesto, o livro “Mein Kampf” (“Minha Luta”). Por exemplo: “A doutrina judaica do marxismo repudia o princípio aristocrático da natureza, e o substitui pelo eterno privilégio da força laboral e energia, sua massa numérica e seu peso morto”.

Os fundadores do partido sabiam que defender ideais de esquerda, depois que a agremiação caiu sob o controle de Hitler, seria perigoso. Em 1930, Otto Strasser foi expulso. Com a chegada de Hitler ao governo, os sindicatos foram proibidos. Gregor Strasser foi executado.

Nos meses após a tomada do poder, nazistas prenderam socialistas, comunistas, chefes de sindicatos. Muitos foram mortos. E por que, então, Hitler não apagou a palavra “socialista” do nome do partido? Ele precisava de apoio financeiro e base social. O discurso e o vocabulário esquerdista, naquele momento, tinha força eleitoral e, por isso, era conveniente.

Já para obter fundos, Hitler prometeu ao capitalismo alemão substituir o marxismo pelo fundamentalismo nacionalista. Em troca, o apoio, fartamente documentado, dos plutocratas ao regime. O período nazista foi excepcional para o capitalismo alemão.

Olhando para o cenário brasileiro, vê-se um forte movimento conservador, de direita, que busca desqualificar todo e qualquer outro movimento, em especial de esquerda, mas não só. Podemos enxergar aí, também, uma reação aos anos de governos esquerdistas que também tratavam outras ideologias como “inimigas da nação”.

A falsa questão da “paternidade” do nazismo é parte da tentativa de deslegitimar inteiramente o campo de esquerda, e que atinge ainda as ideias social-democratas e a garantia de direitos a grupos historicamente negligenciados, como mulheres, população negra e LGBTI+.

Diante disso, é necessário reafirmar que o nazismo não nasceu nem da esquerda, nem da direita. Foi um regime totalitário de caráter único. A ideologia do nazismo era a supremacia racial e nacionalista. Mas foi um regime sustentado pela extrema-direita e que beneficiava o capitalismo alemão.

Não há aqui intenção de responsabilizar a direita, em sentido amplo, pelas atrocidades nazistas. Churchill, direitista conservador, opôs-se a Hitler. A antiga URSS, de esquerda totalitária, também.

O nazismo foi um regime genocida. Assim deve ser lembrado. Não como fruto de correntes ideológicas que disputam legitimamente o jogo democrático. A verdade sobre o nazismo tem que ser lembrada para que o regime nunca seja relativizado, minimizado. E, muito menos, repetido.

Floriano Pesaro
Ex-secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo (2015-2018, governo Geraldo Alckmin), ex-deputado federal pelo PSDB-SP (2015-2019), sociólogo e membro do World Jewish Congress

Natalia Pasternak
Doutora em microbiologia pela USP e presidente do Instituto Questão de Ciência”

https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/04/eram-os-nazistas-socialistas.shtml?fbclid=IwAR2z8A-VFiDmWXyrhW79BwEiQFNe6G3q9cBEcPRUDtvW0iAyr5x5FHU1gsI

A convite do PNUD, Floriano vai a Porto Alegre conhecer boas práticas em prevenção à violência escolar

A convite do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o sociólogo e consultor da organização, Floriano Pesaro, chegou hoje ao Rio Grande do Sul para conhecer experiências de justiça restaurativa na capital gaúcha e nas cidades de Bento Gonçalves e Caxias do Sul. Lidera a comitiva, Moema Freire, coordenadora da Unidade de Paz e Governança do PNUD.

Na programação da comitiva, está a apresentação dos impactos sociais da metodologia de Justiça Restaurativa implementada em escolas da região visando diminuir a violência escolar.
A metodologia está baseada no conceito de círculos, onde os alunos são encorajados a discutir suas convivências de modo pacífico e pautado no diálogo.

Texto: Site do Floriano
11/04/2019

Discutir nossa cidade tem tudo a ver com a prevenção ao câncer

Hoje, 08 de abril, é lembrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer, com diversas ações e campanhas publicitárias que lembram a importância inconteste dos exames recorrentes e dos hábitos de prevenção a essa condição de mutação genética que têm sido considerada a doença do Século 21. Contudo, pouco se fala em quais condições nós podemos colocar em prática esses hábitos de prevenção considerando as cidades em que vivemos. Dado alarmante do Observatório de Oncologia do movimento Todos Juntos Contra o Câncer de 2015 mostra que a doença já é a principal causa de morte em 10% das cidades brasileiras – colocando a lupa nos números – a maioria dessas cidades são capitais ou de grande porte.

Ora, se esse contingente de cidades grandes apresentam as melhores taxas de IDH e de acesso à Saúde, por quê elas figuram nesse trágico ranking do câncer? A despeito de condições específicas e genéticas, a falta do olhar sustentável na gestão das grandes cidades brasileiras limitam muito a qualidade de vida da população urbana.
Antes, há que se apresentar um dado balizar para essa hipótese: 95% das causas de câncer no Brasil estão ligadas a hábitos adquiridos no decorrer da vida. Estes hábitos podem ser deliberados, como por exemplo, consumo alcoólico e fumo, mas também próprios da vida urbana que nos submetemos, como poluição, estresse, saneamento básico, pouco tempo de descanso e aspectos da saúde mental.

Mas, como podemos desenvolver hábitos saudáveis que previnam o câncer em grandes cidades que nos submetem a sistemas de transportes ineficientes e poluentes, a condições precárias de saneamento básico, falta de fiscalização em estabelecimentos alimentícios e acesso precário a bens e serviços públicos? Como, então, pensar em hábitos saudáveis quando estamos falando dos mais vulneráveis, cujo objetivo é, fundamentalmente, alimentar a si e a suas famílias.
Quando vereador da capital paulista, defendi com veemência um olhar sustentável na gestão da metrópole, o que – por vezes – pode não ser bem compreendido enquanto estratégia fundamental para a qualidade de vida urbana. Pensar uma cidade como São Paulo sob um aspecto sustentável é, sim, preservar e ampliar áreas verdes, cuidar dos mananciais e oferecer saneamento básico. Mas, também garantir acesso a bens culturais e esportivos – intimamente ligados à saúde mental -, diminuir distâncias e poupar o tempo da população em deslocamentos diários, trazer o cidadão para participar de conselhos gestores locais, fomentar o trabalho enquanto meio digno para o exercício de uma vida plena, garantir os direitos das populações marginalizadas e, por fim, prestar bons serviços públicos à população.

Em 2012, fui co-autor do Projeto de Lei 01/12 da Câmara Municipal de São Paulo que propunha a Política Municipal de Cidades Compactas, que consistia, sumariamente, na promoção por parte do poder municipal de núcleos urbanos compactos de uso misto, onde seja reduzida a necessidade de mobilidade – ainda mais num cenário de restrição orçamentária para grandes obras – e seja reforçada a instância gestora local e participativa a fim de intervenções urbanas que mirem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Pensar globalmente e agir localmente, é assim que acredito que as gestões das grandes cidades brasileiras podem ser fortes aliadas na luta contra esse mal crescente no Brasil – e no mundo – que é a incidência de câncer na população. Se a saída é prevenção, é preciso que se crie condições para que as pessoas se previnam. Caso contrário, dias como esse serão meros marcos nos nossos calendários.

Floriano Pesaro
Sociólogo

O fim das liturgias dos cargos

Com a aproximação entre representante e representado a partir do avanço das redes sociais no campo político e, consequentemente, eleitoral, a maneira com a qual mandatários de cargos eletivos, e mesmo executivos indicados, procurou aproximar-se em forma e conteúdo do coloquial. Essa busca por estabelecer uma conexão mais fina com “as ruas” está levando, em algumas situações – e nos mais elevados cargos – a situações de flagrante quebra de decoro e abandono da liturgia. Para além do risco ao que podem ser considerados simples ritos, quando há abandono da liturgia do cargo fere-se também a legitimidade e a credibilidade das instituições num Estado Democrático de Direito.

No Brasil o fenômeno que vêm flexibilizando o comunicar-se de mandatários e governos não é tão novo. A partir do primeiro Governo Lula, passaram a ser corriqueiros episódios em que o mandatário maior do Brasil usava termos considerados chulos ou, minimamente, inapropriados para a função que ocupava. Foi a “porteira aberta” para o que viria. Instituições sérias passaram a tratar cidadãos de forma demasiadamente informal, causando até tensões sociais e judiciais. Governos se viram em meio a gafes e polêmicas ao tentar “lacrar” – como se diz na internet – e discursos ou comunicados em tom oficial passaram a soar, já à primeira vista, como falsos.

Após as eleições americanas que emergiram o então verborrágico republicano Donald Trump ao cargo de Presidente dos EUA, o Twitter passou a ser uma espécie de Diário Oficial “não oficial” onde declarações e decisões de importâncias à nível de segurança nacional passaram a ser publicadas, antes mesmo de serem oficializadas. E o pior, muitas vezes em tom jocoso causando gafes diplomáticas graves.

Hoje, em terras brasileiras, com a eleição do popular, então deputado federal, Jair Bolsonaro, à Presidência do Brasil, essa tendência que já existia por aqui desde as bravatas de Lula passou a ganhar contornos ainda mais acentuados. Palavreado simples e chulo com um linguajar duvidável passou a ser sinônimo de credibilidade num claro aceno para a desmoralização das instituições democráticas. Conteúdo antes nunca imaginado publicado por um mandatário foi feito numa rede social.

Declarações ofensivas a determinados grupos são corriqueiras por parte de mandatários nos dias atuais no Brasil. O que começou como uma forma de alinhavar a relação entre representantes e representados avançou os limites do aceitável. Houve, sim, momentos de iniciativas interessantes, como algumas Prefeituras pelo Brasil que inovaram sua comunicação e trouxeram o cidadão para perto. Contudo, sem desrespeito ou quebra de liturgia.

Considerando o nosso esgarçado tecido social, onde as polarizações não acabaram – apenas se mantem com polêmicas diárias acerca até de temas de décadas atrás – esse tipo de comunicação violenta, (des)institucional e, por vezes, desrespeitosa que herdamos da era lulopetista serve apenas para acirrar ainda mais os conflitos sociais e mostrar que nossas instituições passam por um processo de sério descrédito frente à população que precisa ser enfrentado.

Floriano Pesaro
Sociólogo

Floriano vota a favor: doações ao Fundo Nacional do Idoso no ato da declaração do IR

Na Sessão dessa terça (11) à tarde, o Deputado Federal Floriano Pesaro (PSDB-SP) votou à favor do PL 2834/15 de autoria do Deputado Carlos Manato (PSL-ES) que possibilita a doação de até 3% do imposto de renda devido apurado no ato da declaração à Receita, destinando parte dos impostos devidos, especificamente, para o financiamento de projetos sociais que garantam qualidade de vida a idosos de todo o Brasil.

“Anteriormente a essa aprovação, o contribuinte que desejasse fazer sua contribuição ao Fundo Nacional do Idoso devia deduzir da declaração de ajuste somente quando faz a soma para apurar o imposto devido. Nesse sentido, a mudança que aprovamos hoje e segue para sanção presidencial facilita e deve levar mais recursos aos projetos sociais que atendem nossos idosos”, disse Floriano.

ATUAÇÃO PELOS IDOSOS

Enquanto Secretário de Estado do Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Floriano Pesaro esteve à frente do Programa São Paulo Amigo do Idoso, amplo programa estadual de políticas integradas pela garantia dos direitos e da qualidade de vida dos idosos. Só na gestão do tucano, foram inaugurados mais de 200 centros de convivência para idosos.

Assessoria de Imprensa

Deputado Federal Floriano Pesaro (PSDB-SP)

Floriano vota pelo aumento de pena contra maus tratos animais e crédito para ‘startups’

Lamentavelmente, o assunto que tomou conta dos noticiários na última semana foi o assassinato da cadela Manchinha em um supermercado em Osasco, na região oeste da Grande São Paulo. Em consonância com o repúdio da sociedade, o Deputado Federal Floriano Pesaro (PSDB-SP) votou a favor do PL 3142/2012, de autoria do Deputado Ricardo Izar (PSD-SP), que prevê o aumento da pena para quem cometer maus tratos a animais de 3 meses até 1 ano para 1 ano até 4 anos, com a possibilidade de agravamento em casos de zoofilia ou morte do animal.

Ainda na Sessão Plenária desta terça à tarde, Floriano votou também a favor do PLP 420/2014, de autoria de Pedro Eugênio, que cria a figura da Empresa Simples de Crédito (ESC) para atuar na realização de operações de empréstimo, de financiamento e de desconto de títulos de crédito (factoring) exclusivamente para microempreendedores individuais (MEI), microempresas e empresas de pequeno porte, tendo como foco as chamadas “startups”, segmento que vem tomando destaque na economia e inovação brasileiras.

“Hoje é um dia importante na Câmara dos Deputados. Derrotamos o projeto de lei inócuo conhecido como “Escola sem Partido”, humanizamos com o aumento de pena contra maus tratos animais e modernizamos o País com o incentivo às startups brasileiras”, disse Floriano.

Assessoria de Imprensa

Deputado Federal Floriano Pesaro (PSDB-SP)