Homenagem ao Dia do Assistente Social – 15 de maio de 2018

“Não basta ensinar direitos humanos. É preciso criar uma cultura prática
desses direitos. O caminho é avançar no exercício da solidariedade”.

Franco Montoro

 

Hoje é um dia especial. Há 56 anos comemora-se no Brasil, no dia 15
de maio o Dia do Assistente Social. Este dia foi escolhido por marcar a
regulamentação da profissão, em 1957. De lá para cá, não apenas a
especialização desses profissionais cresceu, mas também a demanda
da sociedade por sua presença e atuação.

O assistente social está presente ínumeras áreas de atuação
profissional. É peça-chave, indispensável para o desenvolvimento social
do País. Mulheres e homens que atendem ao chamado de uma
vocação especial, a de protagonizar a luta pela construção de uma
sociedade mais justa humana e igualitária. Mas não basta boa vontade,
bom coração para seguir essa vocação. A luta para garantia de direitos
exige anos de estudo e profissionalização para que, seja na saúde,
educação, na assistência social ou na formulação e implantação de
qualquer outra política pública setorial ou transversal.

Em minha trajetória pública na área social, como Secretário Municipal
em São Paulo e mais recentemente como Secretário Estadual de
Desenvolvimento Social do meu Estado, tenho testemunhado a
seriedade com que os assistentes sociais exercem suas funções,
atuando junto àqueles que ainda não foram alcançados pelas políticas
públicas. Eles são fundamentais para o avanço do Desenvolvimento
Social no nosso País. E os avanços têm sido imensos.

Desde o início do século 20 o trabalho de assistente social começou a
se desenvolver no Brasil, primeiro junto a instituições religiosas,
principalmente no auxílio às ações de caridade.

Em 1957, a profissão foi regulamentada e, já por aquela época, a
presença do assistente social crescia em importância dentro das
entidades sociais, na orientação dos jovens e das famílias; na esfera
pública, especialmente na atuação conjunta com a Justiça, no
encaminhamento e acompanhamento de crianças em situação de
abandono, adolescentes que cometeram atos infracionais e suas
famílias; e nas empresas privadas, nos departamentos de recursos
humanos.

A Constituição Federal de 1988, a nossa Constituição Cidadã,
estabeleceu com clareza os direitos dos cidadãos e impôs, como
valores centrais da nossa sociedade, a igualdade, a inclusão, o respeito
às diferenças e a proteção da população em situação de
vulnerabilidade. Nesse contexto, os assistentes sociais tornaram-se
imprescindíveis para o conhecimento das múltiplas realidades sociais
do País, para a formulação execução de projetos e programas sociais
em muitas políticas públicas.

O profissional do curso de/com formação em serviço social tem,
atualmente, um perfil e formação multidisciplinar que lhes permitam
atuar na formulação de políticas sociais, com o objetivo de garantir os
direitos da população na assistência social, saúde na educação, na
previdência social e na habitação, transporte, segurança alimentar. Na
Justiça, têm papel preponderante nas Varas da Infância e Juventude e
da Família, nas instituições do sistema penal e naquelas destinadas à
orientação/socioeducação de jovens em conflito com a lei. São
consultores e conselheiros indispensáveis dos movimentos sociais e de
organizações da sociedade civil de assessoramento e defesa e garantia
de direitos. Além de atuarem cada vez mais na gestão de pessoas na
área de responsabilidade social e sustentabilidade de empresas
privadas.

A pesquisa científica e o trabalho de campo na realização de estudos
socioeconômicos realizados pelos assistentes sociais fornecem
subsídios imprescindíveis para gestores públicos e privados atuarem de
maneira cada vez mais efetiva e eficiente na área social. E é preciso
reconhecer que a busca pela justiça social num País como o Brasil,
campeão em desigualdade social e má distribuição de renda, muitas
vezes é uma luta inglória.

Hoje existem cerca de 160 mil assistentes sociais registrados nos
Conselhos Regionais de Serviço Social. Ou seja, o Brasil é o segundo
País com o maior número de assistentes sociais do mundo (o primeiro
lugar é dos Estados Unidos).

Sabemos que o momento atual é especialmente difícil e desafiador.
Por isso, mais do que nunca, é preciso coragem e esperança para
transformar sonhos em realidade. Desejos de vivermos em um País
mais justo. Precisamos dessas trabalhadoras e trabalhadores
incansáveis na missão de fazer cumprir o que determina o Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), que se empenham de corpo e alma
para ajudar a transformar uma realidade ainda brutalmente desigual
neste País.

Por tudo isso, quero parabenizar e homenagear esses profissionais
comprometidos com a defesa intransigente dos direitos humanos e
recusa do arbítrio e autoritarismo; com a defesa da equidade e da
justiça social, para assegurar a universalidade de acesso aos benefícios
e serviços sociais.

Na verdade, mais do que uma homenagem, um agradecimento
profundo a estas mulheres e homens que escolhem para projeto de
vida trabalhar pela vida do outro.