13/10/2010 – O Serra é real

O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Sr. Presidente, nobres Vereadores, amigos e telespectadores da TV Câmara São Paulo, boa tarde. É até engraçado ouvir os discursos, porque o PT, não contente com seus escândalos na Casa Civil da Presidência da República, quer produzir escândalos envolvendo os outros – mas não temos escândalos aqui.

O primeiro turno revelou um Lula apequenado, na posição de cabo eleitoral, irritadiço por descobrir, enfim, a natureza de sua criatura: inteiramente falsa! Seu legado é frustrante, pois, depois de conduzir o Brasil a uma posição de destaque mundial, abre mão dessa grandiosa liderança para conduzir uma coalizão partidária moral e intelectualmente frouxa, em um partido desfigurado por ele próprio, outrora moralista e incendiário, mas hoje transformado no “partido da boquinha”, como diria Leonel Brizola. O velho PT de militantes radicais está mais para um partido de funcionários públicos.

Diante disso, o slogan “Serra é do Bem” está certo, pois é uma síntese muito expressiva do que o eleitor suspeita.

Em 2002, o eleitor suspeitava do novo PT e bancou o segundo turno. A suspeita não se firmou! Em 2006, suspeitava-se do envolvimento de Lula nas bandalheiras do PT; e, novamente, o eleitor quis mais discussão. Dessa vez, veremos como fica!

Slogan é tática, não estratégia! A estratégia tem de expressar não apenas os elementos negativos da campanha, mas afirmar o lado positivo e refletir uma realidade palpável, diante da qual Serra apareça verdadeiramente para o eleitor como o condutor para o momento. Não há espaço para invenções!

Se o “lulismo” é uma expansão em todas as direções das bases programáticas de Fernando Henrique Cardoso, propiciada por uma conjuntura econômica mundial também expansiva, e, se essa expansão, lá e também aqui, chegou ao limite – vide o PIB projetado para 2011; o sistema de logística no Brasil; a mão-de-obra; o câmbio; os juros; a inflação; a política externa; a tão propalada Petrobrás, cujas ações não param de cair, porque ninguém mais acredita na administração petista da estatal – que, aliás, deveria ser mais estatal, porque hoje é quase uma companhia do Partido –, então é necessário um novo programa, capaz de destravar o Brasil e devolver aos brasileiros as empresas estatais, hoje nas mãos dos petistas, que comandam e fazem o que bem querem.

Será preciso, Sr. Presidente, criatividade e experiência para compor um Governo capaz de trocar o pneu com o carro andando, além de definir esse novo Brasil que emerge de uma sociedade mais democrática, de uma sociedade mais justa, de uma sociedade economicamente mais forte, a despeito do PT.

Que pan-humanismo é esse que hoje nos qualifica? Como esperar essas novas definições dessa aliança PT-PMDB, comandada por uma “funcionária oportunista”, segundo Brizola – ele que disse isso -, uma estranha, uma invenção?

Inovação não é com eles, definitivamente. Eu já cheguei à conclusão de que eles entendem mesmo é de cola: colar os programas que nós fizemos no Governo Fernando Henrique, como Bolsa Escola, o Bolsa Alimentação, os programas de auxílio e subsídio, o Programa de Eletrificação Rural, depois apelidado de Luz do Campo, e o fortalecimento das políticas públicas, inclusive aquelas que foram comandadas nas estatais brasileiras.

Na nossa época, os Correios eram fortes. A Petrobrás era forte. A expansão do petróleo nunca foi tão forte, depois da quebra do monopólio. Nós somos a favor da quebra do monopólio. Isso não tem nada a ver com privatização, tem a ver com competição. E nós sabemos que uma sociedade que compete é uma sociedade mais forte do que uma sociedade de um Estado totalitário, comandado por um partido único, como que é o PT, um Estado socialista, um Estado stalinista no Brasil. Mas aqui nós vamos, até o final, resistir a esse comando único que o PT quer trazer para o Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.