29/03/2012 – Bafômetro, uma questão de consciência

O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Sr. Presidente Claudinho de Souza, orgulho da nossa bancada; Srs. Vereadores José Rolim, meu colega de bancada, grande Vereador, batalhador das causas de Paraisópolis; Gilberto Natalini, que fez aniversário ontem; Agnaldo Timóteo; Claudio Fonseca; nobres colegas desta Casa, o bafômetro é uma questão de consciência.
Depois da morte de um amigo, o “Vitão”, Vitor Gurman, resolvi encampar uma luta que resultou na criação do movimento Viva Vitão, do Não Foi Acidente, e de tantos outros movimentos que estão sendo criados na cidade de São Paulo em consequência de acidentes fatais envolvendo pessoas queridas por uma combinação trágica de álcool e direção.
Quantos mais precisarão morrer para que as autoridades, os legisladores, tomem a consciência de que é preciso agir energicamente? Mas não é apenas um problema de autoridade e legislador, é um problema da sociedade. Os jovens estão consumindo álcool cada vez mais cedo, cada vez mais fácil. Por isso, apresentei um projeto de lei nesta Casa que proíbe a venda e a comercialização de bebidas alcoólicas em posto de gasolina.
Por que em posto de gasolina? Porque é onde há pátio, onde os jovens param com o carro, pois ninguém vai a posto de gasolina a pé ou de bicicleta; e porque, muitas vezes, não há outro lugar de lazer na periferia. Então, eles bebem, fumam e saem dirigindo.
E qual a resposta que recebi de muita gente? “Ah, tem de haver mais comando, mais fiscalização da polícia com bafômetro nos postos de gasolina”. É evidente. Quer dizer, a sociedade faz tudo errado e a culpada é a Polícia, que tem de ficar vigiando, como se esses jovens fossem um monte de criancinhas que não têm discernimento, que não têm livre-arbítrio, que não sabem que não dá para beber e dirigir.
Ano passado, nobre Vereador Claudinho – no exercício da presidência – , morreram mais de 1.400 pessoas nas madrugadas. Foram 1.400 pessoas mortas em São Paulo vítimas de acidentes de trânsito porque misturaram álcool e direção.
Lá em Israel, terra que conheço também muito bem, morreram 470 pessoas por morte violenta ano passado, mas sabemos que esse país vive em constante conflito armado, em guerra com a Síria, com o Líbano, com o Egito, com a Jordânia, com o Hezbollah, com o Hamas. E, repito, lá morreram 470 pessoas. Em São Paulo foram 1.400 mortes; são praticamente mil mortes a mais. Alguma coisa está errada, senhores!
Ontem, o Supremo Tribunal Federal, julgou o uso do bafômetro como único meio de controle, reforçando a tese de ser a única forma que tem caráter punitivo. Só que, em vez de nos ajudar no sentido de que o bafômetro é, de fato, prova cabal da graduação alcoólica de determinado sujeito, vota contra! Exatamente no caminho contrário daquilo que nós defendemos. Mas não vamos desistir, a luta vai continuar.
Apresentei, nesta Casa, projeto de lei que exige que esteja à disposição do cidadão – e isso será um novo direito caso aprovado por esta Casa – um bafômetro em bares, restaurantes e similares. O custo é de 80,00 reais. Não me venha, então, o sindicato dos bares e restaurantes afirmar que é mais um custo, porque esse valor é muito baixo. Assim, todos terão o direito, antes de pegar o seu automóvel, de fazer a medição da sua graduação alcoólica e optar por entregar o seu veículo para a sua mulher, para o seu amigo ou pegar um táxi. A decisão será de cada um. Seja sensato, tome a decisão sensata usando o seu livre-arbítrio.
Era isso que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.