19/10/2010 – Lulismo, filho das privatizações

O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Sr. Presidente, Srs. Vereadores e telespectadores da TV Câmara, cada vez que faço aqui uma crítica ao Governo do Presidente Lula, sou violentamente atacado pelo Líder do PT, de forma totalmente descabida. É uma forma de tentarem me intimidar e calar, mas não vão conseguir. O meu compromisso com os telespectadores da TV Câmara é que vou continuar com minhas posições e crenças a respeito do Brasil e da política nacional.

Sr. Presidente, hoje vou falar do lulismo, filho das privatizações, um tema que vem se desenvolvendo e que em toda a imprensa é recorrente. Quero destacar como é incrível a leviandade do PT, que se fantasia de seu nacionalismo. Isso é surpreendente. Parece que o Presidente Lula chegou ao Governo do nada. A história sempre começa com S.Exa. Esqueceu-se de toda uma história que pavimentou o seu caminho e permitiu o seu crescimento, hoje aventado e anunciado como inédito, em termos de crescimento.

Nosso povo começou esse inexorável caminho de melhora social porque, nos alicerces do governo idealizado por Tancredo Neves, foram tomadas as medidas necessárias. Desde lá, foi criada a Comissão Federal de Desestatização. Ela lançou as bases da abertura econômica do Brasil, da modernização das nossas relações de produção e da nossa integração com o sistema global, sem o que não haveria expansão brasileira em todas as direções, interna e externamente. Enfim, não haveria o lulismo e o esplendor do Presidente.

Nos anos que se passaram, as privatizações foram consagradas pela ação consequente dos últimos cinco presidentes do País. ColIor, hoje aliado do Presidente Lula e de sua candidata, privatizou 12 empresas; Itamar Franco, nosso aliado, nove; o Presidente Fernando Henrique Cardoso, dez; e ao Sr. Lula couberam mais duas privatizações – dois bancos estaduais. O atual Governo Lula privatizou apenas bancos estaduais, mas não reestatizou nenhuma das 31 empresas já privatizadas nos governos anteriores. Claro, seu caminho foi facilitado pelas ações empreendedoras de seus antecessores.

Entretanto, apesar do discurso petista que insinua cenários aterrorizantes, ninguém é insano para privatizar instituições como a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES, instituições que sempre tiveram e sempre terão um papel estratégico no nosso desenvolvimento, apesar de hoje estarem sendo usadas pela “petetização”. Não é estatização, não é uma empresa do Estado. É uma “petetização”, ou seja, a entrega de empresa estatal ao PT. E aí o presidente de uma das maiores empresas do mundo, a Petrobras, vem a público entrar na campanha eleitoral. Além de usar recurso público das empresas estatais para editar jornais como este aqui – não sei nem se posso pegar em mãos, porque acho que ele está ilegal nesse momento -, mas há este jornal do sindicato pelego, do maior sindicato pelego, central sindical pelega, que usa dinheiro público para editar jornal de campanha. Dinheiro seu. Está aqui, Petrobras e Banco do Brasil pagando. Isso é o que chamamos de “petetização” das empresas públicas. Elas eram públicas. Hoje, elas são do partido político.

Sr. Presidente, de fato, temos de considerar o que desejamos para o Brasil e sempre me pergunto: “Será que o Sr. Lula preferiaria falar com o G20 – nessa ânsia de estar entre os maiores do mundo, que é uma expectativa de todos nós – ou mesmo com os BRICs de um orelhão?”. É por isso que chamamos hoje o PT como o partido do orelhão. Do orelhão e da boquinha – boquinha, nas estatais; orelhão, no atraso tecnológico. Hoje, empresas como a Vale e a Embraer falam com a China e com o resto do mundo, vendendo suas produções, por meio de videoconferência.

É importante deixar claro que acreditamos no avanço tecnológico – estatal ou privado. O importante é o resultado que a sociedade tem, a partir do ganho de produtividade, da competitividade e de empresas estatais que realmente pertençam ao Estado e não a um partido político.

Muito obrigado, Sr. Presidente.