SITE CÂMARA- Seminário discute mídia e política no processo eleitoral

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Especialistas discutiram os impactos da mídia no processo eleitoral em seminário realizado na Câmara   Foto: André Bueno / CMSP

ROBERTO VIEIRA
DA REDAÇÃO

As relações entre os meios de comunicação e o cenário político, ou seja, os impactos que a mídia pode causar no processo eleitoral são sempre motivo de reflexões, principalmente em ano de eleição. A Câmara Municipal de São Paulo, por iniciativa do vereador Floriano Pesaro (PSDB), promoveu nesta quinta-feira (28/8) o seminário “Mídia e política em tempo de eleições”, que discutiu o tema com especialistas.

”Esse assunto é importante para refletirmos como os meios de comunicação podem contribuir para uma sociedade mais democrática e informada, ou, o quanto podem maquiar a realidade, comprometendo a nossa democracia”, explicou a professora da USP (Universidade de São Paulo), jornalista e cientista política Kátia Saisi, autora do livro ‘Campanhas presidenciais, mídia e eleições na América Latina: Brasil, Chile e Venezuela’.

Kátia destacou que existe uma peculiaridade comum aos 20 países que compõem a América Latina no âmbito da disputa eleitoral. “A ascensão de novas formas de comunicação, como rádios e tv’s comunitárias, além das redes sociais, estão alterando o modo como se dá o debate político na atualidade”, explicou.

Do ponto de vista do eleitor, o professor de jornalismo Carlos Sandano, da Universidade Mackenzie, considera que o grande desafio neste novo modelo é promover o diálogo, que segundo ele, inexiste. ”Nas mídias sociais as pessoas vivem em bolhas informativas. Por exemplo, quem é de um lado reafirma sua posição e não tem o contato com outras perspectivas. Isso é ruim para o processo democrático, porque não há diálogo”, revelou.

O professor da Faculdade Cásper Líbero, Cláudio Novaes Pinto Coelho, alertou para o fato de que as campanhas políticas são cada vez mais influenciadas pelo marketing e a imagem do candidato passou a ser algo fundamental. ”A população tem que aprender a ter uma visão mais crítica sobre o processo para que possa fazer uma distinção sobre a imagem do candidato e aquilo que ele realmente é, ou seja, cobrar para que ele corresponda à imagem que lhe foi passada”, argumentou.

”Nosso debate hoje não tratou o atual cenário, até por uma questão de legislação eleitoral, mas sim os processos eleitorais anteriores, para que possam nos servir, em especial do ponto de vista das mídias e do marketing político, de base de análises”, finalizou Pesaro.