FOLHA DE S.PAULO- Com apoio do PT, Câmara de São Paulo aprova CPI para investigar a Sabesp

A Câmara Municipal aprovou nesta quarta (6) a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a situação do abastecimento de água na cidade de São Paulo pela Sabesp.

O requerimento aprovado é do vereador Laércio Benko (PHS), da base aliada do prefeito Fernando Haddad (PT). “A Sabesp tem contrato com a prefeitura e tem obrigação de se explicar para nós”, disse.

Ele disse que, entre as questões investigadas, estão as queixas de falta de água na cidade e o gerenciamento dos recursos da estatal.

O vereador Floriano Pesaro (PSDB) afirmou que se trata de uma CPI “eleitoreira”. “O PT e o PMDB combinaram de apoiar a CPI porque havia uma orientação das duas campanhas majoritárias, do [Alexandre] Padilha (PT) e do [Paulo] Skaf (PMDB), para tumultuar a campanha do Geraldo [Alckmin]”, disse.

Pesaro afirmou que a proposta não teria sido apoiada em outros momentos, mas que os dois partidos decidiram que “era o momento certo”. “O Benko é candidato ao governo. Se tivesse o mínimo de decência se sentiria prejudicado de fazer uma CPI contra outro candidato”, acrescentou.

O vereador Paulo Fiorilo (PT) afirmou que ainda serão definidos os membros da comissão. “A CPI agora deve ser instalada, os partidos vão indicar seus representantes e aí tem a reunião para indicar o relator e definir o plano de trabalho”, disse. “Tudo que está previsto no contrato entre Sabesp e prefeitura vai ser discutido no escopo da CPI: a falta de água, o rodízio, os investimentos que não foram feitos, as multas que não foram aplicadas.”

De acordo com a assessoria da presidência da Câmara, foram 30 votos favoráveis e 9 contrários –a casa tem um total de 55 vereadores.

Entre os partidos que apoiaram a criação da CPI, além do PT e PMDB, estão o PSD de Gilberto Kassab e o PP de Paulo Maluf.

Os reservatórios de São Paulo registram índices considerados críticos para o abastecimento desde o início do ano. O problema motivou inclusive as obras e o início do uso do chamado “volume morto”, que fica abaixo da linha de captação das represas e, por isso, precisa ser puxado por bombas