21/09/2010 – Ruth Cardoso

O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Sr. Presidente, Srs. Vereadores, telespectadores da TV Câmara São Paulo, no último domingo a Sra. Ruth Cardoso completaria 80 anos. Na última quinta-feira, estive na inauguração das novas instalações do Centro Ruth Cardoso e me deparei com uma feliz constatação: Ruth Cardoso é sinônimo de convergência, de sentimentos e de opiniões. Nobre Vereadora Noemi Nonato, agradeço o tempo cedido para esta homenagem justa à Professora Ruth Cardoso.

Ali estavam reunidas pessoas dos mais diversos segmentos: políticos, artistas, empresários, atletas, publicitários, acadêmicos, arquitetos, representantes do terceiro setor e estudantes. Todos ali tinham história da Sra. Ruth: com a pesquisadora Ruth, com a professora Ruth ou simplesmente com a Ruth. Entre casos curiosos, programas de sucesso, estudos acadêmicos, vimos aos poucos as pessoas se emocionando.

Dia 19 de setembro, a Professora Ruth teria completado 80 anos de idade. E a passagem de seu aniversário rememora não apenas o vazio que ainda sentimos por sua partida, mas todo o aprendizado que sua convivência nos proporcionou.

A simples troca de ideias com Ruth nos remetia aos bancos escolares. Era o travar de uma relação aluno-professor, mestre-aprendiz. Tinha Ruth uma capacidade excepcional para ampliar a nossa percepção por meio do debate e não da imposição de suas ideias. Sobre uma impecável lente de observação, Ruth Cardoso traçou os mais lúcidos paradigmas para a ampla construção de uma antropologia viva, viva e ativa, sensível à realidade do nosso povo. A Professora Ruth era daquelas pessoas que sabem que o conhecimento produzido nas universidades não pode ficar esquecido em bibliotecas nem mofando em arquivos. O valor da produção do conhecimento é do tamanho de suas implicações na transformação da realidade. Reconhecia o aspecto dinâmico do conhecimento, combatia a concepção de ideias encapsuladas, ideias estanques.

Para Ruth, era imprescindível o envolvimento das comunidades locais na mudança social. “É assim que se constrói a identidade comunitária”. E o papel do poder público? “O poder público deve garantir que essa construção seja baseada na igualdade”. Também por isso valorizou o ouvir. “Mas só ouvir não basta”, dizia ela, “é preciso acolher as demandas da comunidade. elas sempre vêm acompanhadas de soluções. Nosso maior desafio é também nossa maior contribuição”.

No papel de esposa do Presidente da República, Ruth Cardoso rompeu barreiras, ampliou a fronteira da participação política e popular. Estimulou os canais de comunicação, bem como fomentou o diálogo franco e aberto. Historicamente, as primeiras-damas realizavam um papel coadjuvante ao do marido presidente. Não raro – e até mesmo por obrigação – desenvolviam ação de benemerência e caridade. Mas Ruth, não. Ruth foi além. Mostrou-se protagonista e contribuiu de maneira inovadora com a elaboração e execução de políticas públicas de desenvolvimento social. Até mesmo com a instituição de marcos legais sobre temas nos dois governos do Presidente Henrique Cardoso. Quem não se lembra da Lei do Voluntariado ou da Lei das OSCIPs?

Ruth não era uma primeira-dama se intrometendo na área social. Ruth era uma acadêmica, uma antropóloga com pesquisas desenvolvidas em temas como: movimentos sociais, pessoas de baixa renda, feminismo, juventude, cultura e identidade, contribuindo com a construção de uma sociedade mais igualitária, humana e justa. Acreditava na construção de uma sociedade mais educada, livre e democrática.

Digo isso, Srs. Vereadores, porque tive a oportunidade única de trabalhar e conviver com a Professora Ruth. Durante o período em que fui assessor parlamentar da Presidência da República, pude acompanhar de perto o processo de consolidação do Programa Comunidade Solidária criado como resposta criativa e inovadora aos enormes desafios sociais enfrentados pelo país, em meados dos anos 90.

Sua metodologia inovadora baseava-se na cooperação dos diversos atores da sociedade para melhorar as condições de vida dos segmentos mais pobres da população. Dessa forma, vários ministérios, empresas e instituições da sociedade civil engendraram um caminho de combate à pobreza muito diferente daqueles aos quais o povo brasileiro estava acostumado. Era a hora de superar os escândalos envolvendo a LBA (Legião Brasileira de Assistência) e construir democrática e coletivamente uma estratégia de luta em favor da inclusão social.

O Programa Comunidade Solidária é um marco no novo desenho da política social no País. As sementes das parcerias, lançadas por Ruth Cardoso, encontraram solo fértil na sociedade. Foram desenvolvidas parcerias entre as três esferas do Governo e entre os três setores da sociedade. De todas as parcerias, sem dúvida a mais importante foi estabelecida com a população, que teve papel fundamental nesse período, pois sua participação garantiu a efetividade do programa.

Concedo aparte ao nobre Vereador Gilberto Natalini. Aliás, falando sobre as parcerias que a Ruth Cardoso tanto pregava, lembro-me do trabalho de V.Exa. na Secretaria de Participação e Parcerias da Prefeitura de São Paulo.

O Sr. Natalini (PSDB) – Nobre Vereador Floriano Pesaro, fico muito feliz por S.Exa. fazer esse discurso que lembra a Dra. Ruth Cardoso, uma pessoa extremamente importante para a vida do Brasil recente. Eu a conheci décadas atrás, quando Fernando Henrique foi candidato a senador, naquela época da efervescência da redemocratização. Tínhamos uma grande frente democrática e popular para enfrentar o regime militar e conquistar as liberdades políticas. E a candidatura de Fernando Henrique foi muito importante, assim como o foi a de outros democratas, como Montoro, Mario Covas e outros. E a dona Ruth estava presente nas reuniões, nas mobilizações.

Ao se tornar primeira-dama do Brasil, desenvolveu um trabalho não de caridade, como V.Exa. falou, mas de solidariedade, a sua verdadeira marca: promoção da solidariedade humana e das pessoas, para que pudessem andar na vida com as suas próprias pernas, sem depender de quem quer que seja para sobreviver nesse mundo.

Minha maior vivência com a Sra. Ruth Cardoso, no entanto, foi à época da criação, pelo então Prefeito Serra, da Secretaria de Participação e Parceria, para qual fui nomeado como secretário. Para organizar a Secretaria, discutimos com o Prefeito, com a sociedade de São Paulo, sobre o modo como incluiríamos as pessoas e tivemos a iluminação de buscar a dona Ruth Cardoso para nos ajudar. Eu a procurei. Telefonamos para a sua secretária, e ela nos recebeu. Eu a convidei para conversarmos sobre essa Secretaria que estava nascendo, e ela, de uma humildade nunca antes vista por mim, veio até a Secretaria para participar de pequenas reuniões e de oficinas. Enfim, desdobrou-se quase como uma militante, para nos ajudar.

Montamos, nobre Vereador Floriano, cerca de 500 plenárias de participação popular no Município de São Paulo, com a ajuda da dona Ruth Cardoso. E montamos reuniões grandes, médias, pequenas, com setores sociais. Enfim, foi uma época rica, em que a sociedade paulistana – tanto a mais rica como a mais pobre; tanto a da região central como da periferia – participou e expressou suas ideias.

V.Exa., que foi secretário, lembra como a Ruth Cardoso esteve presente. Fizemos um seminário, que eu nunca mais vou esquecer, no auditório de um shopping, aqui no centro, que contou com a presença de mais de mil pessoas, chamado Todos por São Paulo, São Paulo de Todos Nós, em que ela, como palestrante central, ofereceu as bases teóricas e práticas do que significava participação cidadã moderna e democracia participativa. Mas isso sem rancor nem sectarismo, demonstrando tranquilidade, tratando todos muito bem, com uma postura de quem já vivenciou muitas coisas na vida e estava ali realmente para trocar experiência.

Tenho uma lembrança extremamente grata, viva e boa de Ruth Cardoso. Ela foi uma brasileira que deixou um legado enorme para o País e para nosso povo. Obrigado pela oportunidade de apartear V.Exa.

O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – É uma alegria essa justa homenagem à professora Ruth Cardoso, e também poder escutá-lo, nobre Vereador Natalini, com a sua experiência e com a experiência que V.Exa. teve ao trabalhar em parceria com Ruth Cardoso.

Como desdobramento do Comunidade Solidária, Dona Ruth desenvolveu o Alfabetização Solidária (Alfasol), uma reformulação incomparável do caquético Mobral. O Alfasol provou que é possível combater o analfabetismo de maneira simples e barata. Mais de seis milhões de pessoas já foram formadas por meio de uma metodologia reconhecida internacionalmente.

E com o apoio da Unesco, o modelo foi implantado em Timor Leste, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e na Guatemala, mostrando que o Brasil pode dar sua contribuição efetiva no combate à pobreza de outros países emergentes.

Com a Comunitas, o trabalho da Comunidade Solidária foi preservado. A OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), criada em 2000, assumiu a missão de dar continuidade ao trabalho que vinha sendo realizado. Depois vieram a UniSol (Universidade Solidária), o ArteSol (Artesanato Solidário) e o CapaSol (Capacitação Solidária), que, juntos, compõe a RedeSol (Rede Solidária). Mais de 23 mil estudantes e professores de 200 universidades já participaram do Universidade Solidária. O programa articula e põe em prática ações sociais em parceria com escolas de ensino superior. A ideia é estimular a formação cidadã e comprometida dos futuros profissionais, para que se conscientizem de seu papel no desenvolvimento social do país.

Podemos dizer que foi uma reformulação do que, nos anos 70, foi o Projeto Rondon. O Universidade Solidária foi parceiro também na implantação do Bolsa Escola, o programa antecessor ao Bolsa Família. Os alunos das universidades do UniSol faziam parte de cadastramento dos programas sociais e iam, in loco, nas comunidades.

O SR. PRESIDENTE (Dalton Silvano – PSDB) – Nobre Vereador, permita-me um aparte, seu tempo já se encerrou, mas, por cessão do tempo do Sr. Vereador Ricardo Teixeira, V.Exa. continuará com a palavra. Esta Presidência está antecipando o discurso do nobre Vereador Ricardo Teixeira, até porque o nobre Vereador Paulo Frange, que o antecederia, está de licença e assim seu discurso não sofrerá solução de continuidade. Tem a palavra o nobre Vereador Floriano Pesaro, por mais 15 minutos.

O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Agradeço V.Exa., nobre Vereador e Presidente Dalton Silvano, pela gentileza, e ao nobre Vereador Ricardo Teixeira, que me cede o tempo para essa justa homenagem à professora Ruth Cardoso. Concederei aparte ao nobre Vereador Claudio Fonseca e depois ao nobre Vereador Ítalo Cardoso.

O Sr. Claudio Fonseca (PPS) – Em primeiro lugar, cumprimento pelo pronunciamento que faz em homenagem a uma grande brasileira, a uma grande mulher, a uma pessoa que tem essa importância contida em vosso pronunciamento, não só pelas ações solidárias no Brasil, mas também em defesa da democracia.

V.Exa. sabe que a Professora Doutora Ruth Cardoso foi uma batalhadora pelas liberdades democráticas de nosso País, junto com seu esposo Fernando Henrique Cardoso. Fez parte do Cebrape (Centro Brasileiro de Análises e Planejamento), não só na formulação política que ajudou muitos brasileiros a entenderem o Brasil e participarem de forma ativa nas organizações de resistência à ditadura militar, de consolidação da democracia no País, de fortalecimento das instituições e contribuindo até para que o Brasil chegasse ao ponto em que se encontra hoje, com liberdade política, religiosa, partidária, sindical, em que diferentes vozes podem se manifestar e denunciar injustiças sociais e econômicas. Então, é muito importante que esse registro seja feito.

Sempre me chamou muito a atenção o fato de que a professora Ruth Cardoso agia sempre com simplicidade, como se quisesse um distanciamento daquilo que sugere apego ao poder. Na condição de primeira-dama, jamais quis que lhe associassem à figura de pessoa subserviente, simplesmente contemplativa das ações do seu marido. Ela tinha não só voz ativa como também atitudes, participando de eventos, em todos os cantos do país, relativos à divulgação das ações necessárias para que pudéssemos incluir todos os brasileiros, combatendo a desigualdade. Até chamava a atenção das pessoas que nem sempre, nas inaugurações, nas solenidades, nas atividades realizadas pelo Palácio do Planalto ou pela Presidência da República, ela estivesse ao lado do marido. Era comum a divulgação da agenda do Presidente e também a agenda da Professora Ruth Cardoso, que realizava relevante trabalho social. Esse aspecto chamava muito a atenção de todos, reflexo do fato de que ela nunca quis – e até, de certa forma, refutava – o título de primeira-dama. V.Exa. sabe muito bem que ela não gostava desse título, que era sinônimo de uma certa dependência, contrariamente a toda sua luta em defesa dos direitos das mulheres: ela sempre quis que as mulheres fossem propositivas e ativas na sociedade e na política.

Também chama a atenção o fato de que, não somente em vida, mas também por ocasião de seu falecimento, houve o testemunho de milhares de pessoas definindo a Professora Ruth como uma pessoa comum, simples. Apesar disso, participava de uma organização de apoio a determinados grupos da sociedade e exerceu cargos de destaque em organizações internacionais, tendo seu trabalho sido comparado por muitos ao de outra grande brasileira, Dra. Zilda Arns. As duas fizeram belas parcerias, que estão registradas.

Temos na cidade de São Paulo um importante centro, o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, em Vila Nova Cachoeirinha. O que antes era uma área de exclusão social é hoje um importante patrimônio dedicado à cultura que leva seu nome.

Quem dera todas as pessoas tivessem conhecimento desse pronunciamento. Por isso, cumprimento V.Exa. aproveitando para sugerir o encaminhamento desse discurso a organizações sociais e escolas públicas e particulares deste município, para que mais pessoas conheçam a história dessa grande mulher que foi Ruth Cardoso.

O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Obrigado, nobre Vereador Claudio Fonseca, pela sua brilhante intervenção. Concedo aparte ao nobre Vereador Ítalo Cardoso.

O Sr. Ítalo Cardoso (PT) – Nobre Vereador Floriano, sobre o tema abordado anteriormente, informo que, se o Presidente da Mesa me permitir, farei uma questão de ordem.
Em relação à Professora Ruth Cardoso, V.Exa., que a conhecia em profundidade e a admirava, sabe que a cidadã Ruth Cardoso tem uma história ainda mais bonita do que a que V.Exa. relata. Dessa forma, parabenizo V.Exa. pelo pronunciamento. E, se possível, peço a V.Exa. que faça constar também de seu relato a história da cidadã Ruth Cardoso, que também é motivo de orgulho para as mulheres deste país.

O SR. FLORIANO PESARO (PSDB) – Muito obrigado, Vereador Ítalo Cardoso. Dando continuidade ao meu pronunciamento, quero mencionar a Comunitas e falar um pouco sobre o artesanato solidário, que inspirou, neste município, a Lei do Comércio Solidário. O Artesanato Solidário é uma inovação em tecnologias sociais. Une os princípios do comércio justo com o desenvolvimento social de comunidades carentes, além de prezar pela preservação da identidade cultural de nossos artesãos. A iniciativa é pioneira no Brasil. É tudo ideia da Professora Ruth Carodoso.

Já o Capacitação Solidária foi criado para ajudar as organizações da sociedade civil em seu processo de estruturação. O programa promove cursos de capacitação para os gestores de organizações sociais, objetivando aperfeiçoar cada vez mais a rede de proteção social formada por estas ongs. O Capacitação Solidária, também capacita jovens em atividades especificas para poderem trabalhar e obter renda visando a justa autonomia.

Com Ruth Cardoso, vimos nascer no Brasil um novo padrão de projetos sociais. Quando, em 2005, fui convidado pelo então Prefeito José Serra a assumir a Secretaria Municipal de Assistência Social, a Professora Ruth me chamou e disse: “Floriano, a política social precisa ser inovadora, adaptada às novas realidades a que as pessoas estão sujeitas”. Esse era o pensamento de Ruth Cardoso.

Naquela conversa também, ela falou das novas facetas da pobreza, fenômeno à que ela chamava de “pobreza mutante”. Falou também sobre exclusão digital. Sua cabeça não parava de pensar possíveis soluções para os mais diversos problemas relativos à pobreza. A complexidade que se apresentava e a multiplicidadade dessa pobreza.

Ela, de maneira serena, ia construindo e desconstruindo ideias. Tecendo redes e conexões. E reafirmando que nosso papel não é só trabalhar para as pessoas, mas trabalhar com as pessoas. Durante o seminário de lançamento do “Programa Ação Família – Viver em Comunidade”, realizado em novembro de 2005, no meu primeiro ano de gestão à frente da SMADS, Ruth Cardoso resumiu de maneira brilhante a crença que impulsionou a elaboração do programa e uma das grandes convicções que tenho como homem público e quero reafimar aqui neste plenário 1º de Maio: “Qualquer canal de participação que não garanta a participação de todos, que separe por partidos, religiões, crenças e valores, que privilegie benesses para alguns e não deixe outros estarem presentes, está fadado ao fracasso. Tornam-se canais burocráticos e morrem. A pior coisa que pode acontecer é confundirmos participação popular, diálogo para a solução de problemas, com partidarização, tomada de posição, sejam essas religiosas ou políticas. Isso é a morte dos canais de participação”.

Ruth dizia isso, de forma absolutamente convicta. Sabia o que estava dizendo. Junto com o Presidente Fernando Henrique Cardoso, na sua jornada pela luta democrática por onde passou, a luta pelas mulheres, a luta pela participação popular, Ruth sabia o risco que o país corria na partidarização dos temas mais relevantes. Ruth Cardoso não era contra os partidos politicos, ao contrário, acreditava que eles exerciam um papel fundamental na democracia representativa.

Ela sempre acreditou que o Partido era um locus de debate político. Mas Ruth Cardoso acreditava que era possível; e diria até melhor: que a participação se desse de forma direta, junto às lideranças comunitárias, junto às lideranças territoriais, as lideranças das comunidades, escutando e trabalhando para construir juntos soluções e saídas para a pobreza e para a miséria.

Não é só uma biografia admirável. É mais que isso. É uma biografia inspiradora. Antes de primeira-dama, Ruth era antropóloga; antes de antropóloga, Ruth era mulher; antes de mulher Ruth era cidadã; antes de qualquer coisa, Ruth Cardoso sempre deixará saudades!

Muito obrigado, Sr. Presidente.