18/10/2011 – Baruch Habá, Gilad!

Somos notícia no mundo todo, somos manchete: “1027 por um”. Parece que todas as nações esqueceram-se ou enganaram-se sobre quem é Israel.

Israel é onde toda e qualquer  pessoa pode se sentir segura, pois o povo hebreu nunca esquece um dos seus. Trazer nossos filhos para casa sempre foi e continua ser valor fundamental desta pequena e brava nação.

Nem toda a propaganda absurda que difama os princípios básicos de nossa terra pode menosprezar ato de tal grandeza, quando decidimos que trazer Gilad para casa é mais importante do que mantermos estes 1027  terroristas condenados presos.

Foram mais de cinco anos em que não tivemos a oportunidade de fazer o que conseguimos agora. Foram mais de cinco anos de absurda intransigência dos palestinos do Hamas. Foram mais de cinco anos de absoluta falta de notícias, quando nem mesmo organismos idôneos conseguiam trazer alívio para uma nação preocupada. Foram mais de cinco anos desde que este jovem rapaz, este defensor de nossa pátria, foi roubado de nosso território e lançado em uma destas tragédias inenarráveis.  Gilad foi alijado de anos de sua juventude, do carinho de seus pais, da convivência com seus amigos, de seu dever de cidadão, de sua privacidade. No auge de sua jovem vida, quando chegava aos seus vinte anos, Gilad tornou-se involuntariamente protagonista de uma situação surreal por seu caráter censurável, por sua infeliz singularidade.

Foram mais de cinco anos de suprema angústia para estes dedicados pais, Noam e Aviva. Entretanto, para este casal determinado, foram também mais de cinco anos de luta incansável, buscando a cada dia, por todos os meios possíveis, sensibilizar o mundo pela inédita situação de seu filho.

Tive a oportunidade de visitar Israel este ano, quando encontrei-me com o infatigável Noam Shalit, em sua tenda diante da casa do Primeiro Ministro israelense. Noam e Aviva tornaram-se exemplo de amor e determinação na defesa de um filho.

Fui também ao kibutz Keren Shalom, de onde Gilad foi arrancado para seu desconhecido cativeiro.

Novamente, na ONU, em Nova Iorque, pude constatar a férrea resolução deste pai por trazer seu filho de volta ao seio do lar.

Foram mais de cinco anos. Coletivamente, todos os judeus, nós, começamos esta provação em 25 de Junho de 2006 e hoje, dia 18 de Outubro de 2011, depois de 1941 dias podemos dizer: Baruch Habá, Gilad. Seja bem vindo. Que o mundo lhe dê instrumentos para que esta seja apenas uma má experiência do passado. Que você possa tornar-se o jovem brilhante que seu futuro lhe permite, que o amor de seus pais continue a ser motivo de orgulho e de estímulo em sua vida. Seja bem vindo, Gilad!

Floriano Pesaro