06/2009 – Mas que tremendo gol contra

E quando pensamos que não podemos mais nos surpreender com os arroubos infelizes do nosso presidente, eis que ele nos apresenta sua fanfarronice mais uma vez. Utilizando as metáforas futebolísticas tão apreciadas pelo déspota presidente iraniano, Lula acaba de unir-se ao timezinho sórdido. Fazendo coro com absolutistas do calibre do venezuelano folclórico Hugo Chávez, do ditador sírio Bashar Assad e do megalomaníaco bélico Kim Jong-il, nosso populista de plantão vem a público achincalhar as legítimas manifestações de protesto do povo iraniano referentes à eleição. Exatamente quando Lula viaja com o intuito de conseguir que os países emergentes tenham uma capacidade de intervir mais no cenário político internacional, ele nos dá uma demonstração de total despreparo  para tentar se tornar  uma liderança mundial.
Quando até mesmo os fundamentalistas do Irã anunciam a necessidade de uma recontagem dos votos, Lula se dá o direito de tecer comentários medíocres e despreparados em tópico que preocupa o mundo.
Lula poderia aprender com as mentes mais abalizadas e reconhecer as anomalias do resultado da votação do Irã. Se fosse para abrir a boca, deveria manifestar preocupação por uma possível, se não garantida, falta de transparência nas eleições iranianas. Mas, em nome de uma aproximação espúria com o Irã do desvairado Ahmadinejad, Lula arvora-se um papel de sabedor acima da verdade e anuncia que a eleição foi legítima.
Os relatos dos jornalistas estrangeiros apontam o contrário, mas, Lula, nosso candidato a onipotente, sabe melhor.
E nós,  brasileiros, temos que passar por mais um vexame, temos que agüentar um líder que, com esta e outras declarações e ações lamentáveis, nos embaraça no cenário mundial. Será que alguém pode avisar nosso mandatário-mór de que o exercício da política honesta e responsável pressupõe ponderação, confirmação de dados e decoro.
Nosso dever é manifestar nosso mal-estar, nossa indignação diante de um presidente verborrágico, que parece esquecer-se de pensar antes de falar. Ficamos com aquela cara envergonhada, sentindo que o mundo só pode mesmo pensar que o Brasil é apenas o país do samba, do carnaval e do futebol.  Diante de expressões gabolas e perigosas como essa, nossa credibilidade é abalada. Até quando vamos conviver com esta falta de responsabilidade?